quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Não se deve brincar com quem já construiu um país

Meus amigos este Post vai ser só citação integral de 2 posts pois além do que já foi dito no título não tenho mais nada a dizer que não o que vem a seguir...

Resposta à notícia encomendada



O diário desportivo OJOGO faz hoje capa (imagine-se!) de uma alegada ultrapassagem do SC Braga no número de associados relativamente ao Vitória, acompanhado de um chorrilho de mentiras e imprecisões. Ressalvo no entanto, uma situação, aquilo que testemunhamos hoje do furor do outro lado sobre números de associados ou do orgasmo jornalístico da dupla de jornalistas Bruno Monteiro e Bruno Cabral foi, também, "patrocinada" em temos pelo próprio Vitória quando anunciou com pompa e circunstância o sócio número 30 mil (filho de Catarina Furtado) ou quando no próprio prospecto eleitoral Emílio Macedo e seus pares falaram do número que sabiam irreal de 30 mil associados. Os números são sempre lidos da forma como dá jeito aos clubes. Com esta ressalva que me parece também justa, importa esclarecer os senhores jornalistas e demais adeptos do seguinte.

1. Aquilo que na notícia é referido é que, segundo dados oficiais dos clubes o SC Braga conta agora com mais 200 associados do que o Vitória. Esquecem-se no entanto de dizer que essa contabilização por parte do Vitória é oficial e dada a conhecer a cada instante pelo sítio oficial do clube e do lado bracarense sempre escondida e nunca o sítio daquele clube apresentou dados oficiais.

2. Um dos factores que desde logo inquinam a notícia e que é esquecido de forma propositado, é que a última actualização do número de associados do Vitória Sport Clube aconteceu em Junho de 2010 e acontece, conforme incluído nos estatutos do clube, a cada cinco anos. Acresce ainda o facto do SC Braga ter feito a sua última actualização já há mais de 3 anos (alegadamente em Agosto de 2007) e este processo ter sido algo atribulado uma vez que terá demorado mais mais de 1 ano, com envio de cartas aos associados a perguntar se queriam manter-se sócios. Mais, no final da dita recontagem não foi apresentado publicamente (que se saiba) qualquer número real de associados, dizendo-se que 16 mil/17 mil. Como se sabe, no Vitória as actualizações são rápidas e os números finais fornecidos exactos e não sob a forma de intervalos.

3. No caso do SC Braga, todos os menores de 14 anos por não pagarem qualquer cota, nunca são apagados das listas de associados, até perfazerem essa mesma idade. Pelo contrário, no Vitória e até aos 15 anos todos pagam uma quota anual e se tiverem 2 anos de quotas em atraso, são limpos dos cadernos em ano de renumeração.

4. Outra falácia que tem sido repetida pelos adeptos do outro clube é que aquando das últimas eleições o Vitória apresentava apenas cerca de 9 mil associados. Importa por isso esclarecer aqueles que não estando habituados a um clube com uma vivência democrática tão intensa, com várias listas a eleições nos últimos anos, com Assembleias-Gerais não com 150 pessoas mas com 3 mil associados que esse número referia-se a associados em condições de exercer o seu direito de voto. Ou seja, que tinham mais de 18 anos, eram sócios do clube há mais de um ano e tinha a quota daquele mês em dia. O que desde logo excluía todos os associados menores e com uma quota em atraso. Ao contrário, no SC Braga os sócios com menos de um ano de filiação podem inclusive votar.

5. Último ponto apenas para referir o seguinte. Quando se é jornalista de profissão deve-se ter cuidado com as inverdades. E por isso, dizer que o Vitória estagnou o seu número de associados fruto da descida de divisão ocorrida há alguns anos é desconhecer por completo a história do nosso clube, uma vez que nesse ano, o número de associados praticamente duplicou.

6. Termino dizendo que, quando se fala em dimensão humana é importante que se use os dados correctos e não aqueles que andam ao sabor do vento, do momento ou dependente de recontagens mais ou menos frequentes, mais ou menos antigas. Daí que não me parece sequer que o número total de associados seja sinónimo do que quer que seja ou possa sequer ser comparado para evidenciar o crescimento dos clubes ou comparar os mesmos. Mais importante são assistências globais dos últimos anos (ver quadro) que continuam a demonstrar de forma inequívoca que, mesmo com grandes resultados desportivos, o SC Braga não consegue ultrapassar o Vitória ou então o número de lugares anuais vendidos que é um espelho bem mais coerente da dimensão humana e do momento dos clubes. E esse, como se pode ver pelo quadro em baixo, não deixa qualquer dúvida. Mas claro que, essa discussão não interessou ao jornalista do Jornal OJOGO que poderia inclusive ter optado por uma capa em que poderia escrever “Vitória praticamente dobra número de lugares anuais vendidos do SC Braga


Lugares Anuais Vendidos

Época
VITÓRIA SC
SC Braga
2003 / 04
9000

2004 / 05
12000

2005 / 06
15642
5970
2006 / 07
12151
6050
2007 / 08
19060
6308
2008 / 09
20120
6813
2009 / 10
16980
7767
2010 / 11
15251
8000


Total de espectadores (campeonato)

Época
Vitória SC
SC Braga
2005/06
271650
196356
2006/07
246031*
183838
2007/08
293665
234571
2008/09
248684
158278
2009/10
238411
214042

*2ª Liga

Reconhecer o crescimento dos outros e aprender com as virtudes dos outros é uma coisa, pactuar com mentiras é outra. É por estas e por outras que sabe tão bem ser do Vitória. E é também por estas e por outras que espero uma resposta cabal dos associados do Vitória na próxima segunda-feira, marcando-se presença em massa no Estádio D. Afonso Henriques.


O pequeno filho-da-puta



Há pouco mais de dois anos, tudo era tão diferente, tão cor-de-rosa. Tudo parecia desencantado de um mundo repentinamente pejado de vitorianismo. Como eles gostavam de nós. Faziam notícias bonitas, diziam que éramos os maiores. As notícias desagradáveis não cabiam lá, porque eles gostavam mesmo muito, muito de nós.

Havia quem acreditasse neste mundo de fantasia, nunca equacionando que ele era construído sob determinados pretextos que, a qualquer momento, poderiam ser profundamente alterados. Assim foi. As notícias deixaram de ser bonitas, já não somos mais os maiores, lá só cabem as notícias desagradáveis – quanto pior, melhor – e cabem outras coisas escabrosas, que só os adjectivos mais vernáculos são capazes de demonstrar. Fico-me pelo simples mas sempre elucidativo “filho da putice”. Aos molhos, todos os dias. Nós sabemos porquê, porque somos gente instruída, inteligente, perspicaz.

Esta semana, duas pérolas verdadeiramente contagiantes num misto de riso e revolta nos foram oferecidas. Uma - com direito a parangona – arrancada dos esconsos, do vão de escada de um puteiro qualquer, diz que nós não somos os maiores. São os outros, aqueles de quem eles agora gostam. Porque os ensinam que deve ser assim e não doutra forma. Que puta de notícia é aquela?, pergunta esta pobre alma. Em que bases foi formada, construída, parida? Nos números oficiais? Que merda é essa? Nos números oficiais de quem não procede a uma regularização dos ficheiros sabe-se lá desde quando!? Pergunto, outra vez, num misto de riso e revolta, que puta de comparação é essa?

A outra, essa é ainda mais fabulástica. Tirada dos compêndios da filha da putice absoluta, incomparável. Porque não é fácil ser-se diferente no Mundo. Eles são-no, quando colocam uma equipa que está no 5º lugar em 8º! É obra. Quem efectivamente organiza a competição (essa é, no fundo, a classificação oficial) – diz que é 5º, mas a busca insaciável por demonstrar que agora já não gostam de nós, fá-los cair no puto do ridículo. Outra vez! Até nisto...

Deixo-vos com um excerto de um célebre poema de Alberto Pimenta. Chama-se “Filho da Puta”

(…)

“o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem
e semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.

é o pequeno filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que
ele precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:

o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja,
o pequeno filho-da-puta.

o grande filho-da-puta
vê com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja,
o grande filho-da-puta.”

Por Abel Sousa


E assim o GALO se junta ao movimento revolucionário vimaranense...

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